Atividades complementam o ensino da sala de aula e desenvolvem competências de acordo com as demandas do mercado
Responsáveis por reunir alunos interessados em desenvolver competências profissionais somadas ao empreendedorismo e liderança, as Empresas Juniores na área de Estatística funcionam como um laboratório onde os universitários podem experimentar, durante o período de graduação, cargos que vão de trainee a presidente.
Entre os serviços prestados estão pesquisas de mercado, pesquisas de opinião, análise de bancos de dados, planejamento, análise de experimentos, plano amostral e análise descritiva.
Uma experiência que, segundo o Professor Dr. Mario Tarumoto, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Campus de Presidente Prudente, pode ser convertida em oportunidade na hora de ingressar no mercado de trabalho.
“Boa parte do aprendizado do trabalho de qualquer profissional pode começar na Empresa Júnior (EJ). Para os alunos, a grande vantagem é eles têm a oportunidade, de fato, de fazer parte de uma empresa, como um treinamento, inclusive de gestão. Para o cliente, o benefício é que eles recebem um serviço qualificado com um custo muito reduzido. Há qualidade nos serviços, pois cada projeto deve ter, necessariamente, a orientação de um docente da área”, explica.
Tarumoto também é responsável pela orientação dos alunos da Ejest, a Empresa Júnior de Estatística da Unesp Presidente Prudente. No mercado desde 2008, a Ejest já formou muitos profissionais e auxiliou diversas empresas. Ele explica que a equipe é sempre composta de professores orientadores, em geral, escolhidos pelo Departamento ou Conselho de Curso. Possuem mandato por período determinado e permite reconduções. Os alunos são eleitos por chapas e passam por períodos de treinamento. Tudo é registrado em cartório por meio de atas.
Na Universidade Estadual de Maringá – UEM, no Paraná, funciona a Estats Consultoria. Sob a coordenação da Professora Dr.ª Daniele Granzotto, os alunos atuam de maneira independente e contam apenas com a orientação da docente.
“Algumas análises mais aprofundadas exigem conhecimentos que os alunos não possuem total domínio. Nesses casos, o coordenador indica o docente com mais experiência para auxiliá-los. É esse contato direto que gera segurança e qualidade nos serviços prestados”, explica Daniele.
Entre as áreas abrangidas pelo CONRE-3 (São, Paulo, Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), o país conta com seis empresas juniores, cinco delas no Estado de São Paulo e uma no Paraná. E essas universidades que acolhem as empresas juniores seguem entre as 15 principais listadas no Ranking Nacional de Universidades Empreendedoras 2016, divulgado pela Confederação Brasileira de Empresas Juniores, a Brasil Júnior: http://brasiljunior.org.br/, instância que representa as empresas juniores brasileiras.
Por dentro de uma EJ
A rotina de uma EJ é como o dia a dia padrão de uma empresa. Até para ingressar em uma delas é preciso passar por um processo de seleção, como no caso da Estat Jr., da Unicamp. Atualmente, a empresa conta com 25 membros, mas segue com processo ativo e logo esse número deve aumentar.
Os alunos são divididos por áreas e atuam separadamente em suas atividades ou em conjunto, dependendo da situação. A diferença é que eles fazem uma espécie de rodízio entre as funções, o que permite a participação e conhecimento das diversas esferas empresariais. Na EJE/UFSCar, por exemplo, as reuniões acontecem semanalmente entre seus membros, divididos em cinco principais áreas.
“Nós nos dividimos em coordenadorias, são elas: Administrativa/Financeira, Pessoas, Comunicação, Negócios e Execução. E após o primeiro ano de curso já é possível participar do processo de seleção”, explica Antônio Marcos dos Santos Júnior, aluno do curso de Estatística e atual Diretor de Mercado da EJE.
Não há um limite de tempo para ficar na empresa. Antônio explica que como os membros da EJE garantem facilmente um estágio, acabam saindo no último ano para estagiar, por isso ficam cerca de dois anos em atuação. E ele acredita ser um período interessante para uma jornada de aprendizado.
É o que acontece no IME Jr., a Empresa Júnior de Informática, Matemática e Estatística da USP, também com a participação de alunos dos demais cursos do Instituto. “Desde que estejam matriculados em alguma graduação do IME-USP, é possível participar das atividades”, ressalta Guilherme Navarro, Diretor de Projetos do IME Jr.
Os alunos devem cumprir uma carga horária semanal que não atrapalhe as atividades acadêmicas. Eles não recebem salários, mas os benefícios são revertidos em forma de conhecimento. Na Estats, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), no Paraná, por exemplo, o dinheiro arrecadado é investido nos membros em forma de atividades que agreguem conhecimento. Isso significa que os alunos podem usar o dinheiro para pagar inscrições em cursos e eventos acadêmicos, mesmo fora da universidade, além de melhorias na infraestrutura de uso comum e para manter o próprio negócio.
“O benefício de fazer parte da EJE passa longe da materialização. Todo o aprendizado e a vivência empresarial são, com certeza, o maior benefício ofertado aos alunos”, revela Antônio, da EJE/UFSCar.
O dinheiro vem das empresas que contratam as EJs. E a prospecção também faz parte das atividades administrativas, como explica a equipe da Estats/UEM. “Parte dos interessados são indicações de professores e clientes com quem já trabalhamos, já que nossa maior demanda são pessoas que estão no âmbito acadêmico, alunos, professores e pesquisadores. Também buscamos clientes através de ferramentas criadas dentro da empresa, como, por exemplo, um projeto de Wep Scrapping desenvolvido em R para enviar a possíveis clientes os serviços que prestamos. Em relação a outras empresas, geralmente trabalhamos em conjunto criando projetos que envolvam os conhecimentos das duas empresas, como é o caso do projeto Maringá Segura, inicialmente em conjunto com a Empresa Júnior de Geografia, a CONgeo, onde mapeamos algumas regiões da cidade de Maringá em busca dos lugares onde ocorrem as maiores taxas de certos tipos de crime, sobretudo próximos à universidade”.
Na Estat Jr/Unicamp, a equipe destaca os recursos da tecnologia na prospecção. “Além da manutenção do site, utilizamos o Google AdGrants para ter anúncios em pesquisas no Google. Também publicamos artigos no nosso blog (na plataforma medium) e mantemos páginas/perfis no Facebook, LinkedIn e Instagram. Temos um trabalho especial com folders para prospectar pesquisadores. Para o futuro, pretendemos participar de associações de comércio”, explicam.
Para esses alunos, além do conhecimento em Estatística, é possível desenvolver habilidades empreendedoras, tão importantes ao estatístico no mercado de trabalho.
“Nós conseguimos colocar em prática os assuntos abordados em sala de aula, desenvolvemos espírito empreendedor, disciplina, network, trabalho em equipe, oratória, redação de artigos científicos, análise de dados em softwares estatísticos, dentre muitos outros benefícios. Fazer parte da Estats não gera pontos extras nas notas, embora o fato de estarmos sempre nos desenvolvendo e aprendendo faz com que tenhamos melhor desempenho acadêmico. O aluno também recebe horas em Atividades Acadêmicas Complementares (AAC) de acordo com o tempo e cargo que exerceu na empresa. Ao completar a gestão, é gerado um certificado”, explicam.
A opinião é compartilhada por Navarro, do IME Jr. “O maior benefício para os alunos é o conhecimento, a experiência adquirida com a execução dos projetos, o aprendizado sobre gestão, que, na minha opinião, é um dos melhores, pois a prática é intensa, além do contato direto com o mercado de trabalho”, afirma.
Encontrar jovens conectados, determinados e com ideal de inovação. É o que podem esperar os empresários que entregam seus projetos às equipes de uma empresa júnior de estatística.
O Estatigrão, tigre mascote da Estat Jr/Unicamp simboliza um desses valores: a garra. “Não desistimos perante as dificuldades e falhas, persistindo em busca de nossos objetivos”, afirmam.
Como ter uma empresa Junior na Instituição de Ensino e como contratá-la
As instituições que desejam criar uma empresa júnior precisam, em primeiro lugar, obter o CNPJ com endereço Institucional. Existe uma legislação própria e, em geral, estas informações podem ser obtidas no site da Brasil Júnior.
De acordo com o Professor Mário Tarumoto, não existe uma regra específica para os valores cobrados, no entanto, a EJ é uma empresa sem fins lucrativos e nenhum membro da diretoria pode auferir lucros em função da EJ. O que é feito, em geral, são tabelas de preços de acordo com o grau de dificuldade de execução da pesquisa.
Como em qualquer empresa, a EJ deve ter horários de atendimento, porém, a carga horária deve ser distribuída de maneira a não atrapalhar as atividades acadêmicas dos alunos.
“As EJs auxiliam no controle da evasão, elevada em cursos de Estatística. E dois fatores são importantes nesse processo: o primeiro deles diz respeito à relação de proximidade entre alunos e docentes. O segundo ponto é o aprendizado prático, que encanta. Eles aprendem, logo no início, a aplicar o forte embasamento teórico visto em sala de aula, muitas vezes, desanimador nos primeiros anos”, explica a Professora Daniele.
Os benefícios são sentidos também nas demandas do Departamento de Estatística da UEM. Alunos de outros cursos que buscavam ajuda para gráficos e relatórios de pesquisas em trabalhos de conclusão seguem direto para a Estats, e não mais para o departamento, pois sabem que terão ajuda necessária.
Segundo Tarumoto, todas as empresas interessadas podem contratar os serviços de uma Empresa Júnior, tanto públicas quanto privadas. “O que eu sempre chamo a atenção dos empresários juniores é que eles não devem competir em igualdade de condições com empresas de profissionais da área, pois caso contrário, eles próprios estarão ‘tirando’ uma vaga de trabalho do próprio profissional, tendo em vista que o custo é muito menor do que uma empresa profissional, devido à isenção de vários impostos e não contratação de funcionários”.
Conheça mais sobre as Empresas Juniores de Estatística
PARANÁ
ESTATS Consultoria – Universidade Estadual de Maringá – UEM
Site: https://estatsej.wixsite.com/consultoria
Facebook: https://www.facebook.com/EstatsConsultoria/
Instagram: https://instagram.com/estats.ej?utm_source=ig_profile_share&igshid=k1xqatze4lyh
Telefone: (44) 3011-5479
e-mail: contatos.estats@gmail.com
SÃO PAULO
EJE – Empresa Júnior de Estatística – Universidade Federal de São Carlos/UFSCar
Site: http://ejeconsultoria.com.br/
Facebook: https://www.facebook.com/eje.ufscar/
LinkedIn: https://www.linkedin.com/company/eje-empresa-junior-de-estatistica
Instagram: https://www.instagram.com/eje.consultoria/
Telefone: (16) 3351-9684
e-mail: projetos@ejeconsultoria.com.br
EJEST – Empresa Júnior de Estatística – Universidade Estadual Paulista/Presidente Prudente
Site: https://www.ejest.com.br/
Facebook: https://www.facebook.com/PortalEJEST/
YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCK2y1wA86sVB7YCA_ADwoeA
Instagram: https://www.instagram.com/ejest.unesp/
Telefone: (18) 3229-5413
e-mail: ejest.unesp@gmail.com
ESTATJr – Universidade Estadual de Campinas – Unicamp
Site: https://www.estatjr.com.br/
Facebook: https://www.facebook.com/estatjunior
Instagram: https://www.instagram.com/estatjunior/
LinkedIn: https://www.linkedin.com/company/estat-junior/
Telefone: (19) 3521-6073
E-mail: contato@estatjr.com.br
IME Jr. – Universidade de São Paulo – IME/USP
Site: https://www.ime.usp.br/imejr/
Facebook: https://www.facebook.com/IMEJuniorUSP/
LinkedIn: https://www.linkedin.com/company/imejr./about/
Instagram: https://www.instagram.com/imejr.usp/
Telefone: (11) 3091-6241
e-mail: imejr@ime.usp.br
ICMC Jr. Universidade de São Paulo – USP/São Carlos
Site: https://icmcjunior.com.br/
Facebook: https://www.facebook.com/ICMCJunior/
Instagram: https://www.instagram.com/icmc_junior/
E-mail: contato@icmcjunior.com.