Para especialista, convidado para o CONE 2018, mercado apresenta boas oportunidades a quem sabe fazer análises consistentes, com embasamento sólido na teoria estatística. Desafio é conhecer linguagem de programação

 

O acúmulo de grandes massas de dados e a demanda crescente por profissionais de ciência de dados mostra um cenário promissor para estatísticos. No entanto, a popularidade do tema em várias áreas do conhecimento trouxe consequências negativas, como a quantidade excessiva de terminologias e o advento de conceitos genéricos e vazios de conteúdo, que na prática atrapalham o desenvolvimento de soluções robustas.

Por isso, neste cenário também aumentou a preocupação de gestores por cientistas de dados capazes de realizar análises consistentes, com embasamento sólido na teoria estatística. Aí entra o estatístico, que, por vezes, esbarra na deficiência em linguagem de programação.

Segundo Athos Damiani, Estatístico e Cientista de Dados do Itaú, os cursos de programação obrigatórios para os bacharéis em estatística não são motivadores o suficiente para que caiam nas graças da prática da programação. Por isso ele indica o uso de R ou Python como ferramenta base das demais disciplinas de estatística.

athos“Vejo que o caminho de um bom aprendizado seja sempre guiado pelo prazer e pelo propósito, por isso o R tem muito valor no meu ponto de vista”, explica.

 

Dicas profissionais

Para estar em posição de liderança em ciência de dados, Damiani aconselha que o estatístico deve se lembrar de que é protagonista nesse cenário.

“Acredito que todos os formados nos cursos de estatística já saiam de lá com potencial de virarem líderes de áreas de ciência de dados de qualquer empresa, até mesmo do setor da tecnologia. Por grande surpresa, a cultura do ‘data-driven’ ou do ‘data science’ não veio da estatística, muito embora ela seja a área da matemática que adota as massas dados como principal objeto de estudo. Por essa razão, jargões e definições diferentes daqueles conhecidos pelos estatísticos (por exemplo: modelo preditivo versus ‘supervised learning’) começaram a serem criadas e repetidas pelos canais de comunicação. Daí gerou-se uma quebra na identidade daquele profissional com a nova carreira emergente, em que não se reconhecia quase nenhuma afinidade entre as atribuições esperadas de um estatístico e as exigências requeridas para o papel do cientista de dados”, diz.

Damiani acredita que, atualmente, as áreas mais relevantes na integração entre estatística e computação são a Estatística Bayesiana e os modelos estatísticos não lineares.

"A Estatística Bayesiana é, hoje, uma das mais promissoras e relevantes áreas da estatística, graças à evolução tecnológica na área da computação. Sem esses avanços, ela seria pouco viável (para não dizer impraticável). Outra menção honrosa vai para os avanços nos modelos estatísticos não lineares como as redes neurais. A computação abriu portas para o cavalar processamento demandado para ajustes de redes neurais complexas, carinhosamente apelidadas de ‘Deep Learning’. As aplicações de deep learning estão revolucionando áreas como medicina e direito", finaliza. 

Athos Damiani falará sobre outras importantes dicas a estudantes e profissionais. Ele fará parte da mesa redonda com o tema “Aprendizado Estatístico: A integração da estatística com computação”, que acontece em 09 de junho, durante o Congresso de Estatística – CONE 2018.

O evento será realizado no Auditório do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo – CRECI-SP, que fica na Rua Pamplona, 1200, Jardim Paulista.

As inscrições estão abertas e há oportunidades especiais para estudantes e profissionais com registro em seus respectivos CONREs.

Sobre a estatística – A Estatística foi considerada a melhor carreira de 2017, segundo ranking anual do CareerCast.com, site norte-americano especializado em empregos, com salário médio anual de US$ 80,110. Em 2016, ficou em segundo lugar. No Brasil não é diferente. Segundo pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), de 2013, entre 48 carreiras de nível superior, a estatística é a que apresenta a segunda melhor remuneração média no país, só perde para os médicos. Foi chamada de Profissão “Sexy” pela Revista Harvard Business Review e tem mais vagas de emprego do que profissionais formados. Foi regulamentada no Brasil pela Lei Federal Nº 4.739 de 1965.

Sobre o CONRE-3 – Conselho Regional de Estatística da 3ª Região (CONRE-3), com sede no município de São Paulo, abrange os estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Foi constituído pelo Conselho Federal de Estatística (CONFE), em 1968. O órgão, entre suas atribuições, é responsável por zelar pelos interesses da profissão, além de fiscalizar e zelar pela ética profissional.

Serviço: Congresso de Estatística – Cone 2018 
Data: 09 de junho de 2018 
Local: Auditório do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis – CRECI-SP
Endereço: Rua Pamplona, 1200 – Jardim Paulista – São Paulo – SP
Horário: 7h30 às 17h30 
Informações pelo telefone: (31) 4112.2067, (31) 99251.7457

www.cone2018.com.br

Ciência de dados é cenário promissor para estatísticos