Faleceu, em 05 de abril, o Professor Jorge de Souza. Sua carreira ofereceu contribuições importantes para a Estatística. Em sua trajetória, escreveu livros, foi assessor legislativo no Senado Federal e professor titular no Departamento de Estatística da UNB, a Universidade de Brasília. Também foi Presidente do CONRE-1.
O Professor Jorge também inspirou diversos profissionais, entre eles, o Professor Maurício Gama, Vice-Presidente do CONFE, que foi aluno de mestrado do Prof. Jorge de Souza.
Para registrar sua admiração, o Professor Mauricio redigiu uma carta, que publicamos aqui como forma de homenageá-lo.
O CONRE-3 expressa profundo pesar.
Carta do Professor Maurício Gama, Vice-Presidente do CONFE
O Professor Jorge de Souza faleceu, como ele diria, desencarnou. Jorginho, o Jorginho, foi um amigo querido que soube trilhar esta vida com galhardia e muito sucesso. Como Professor de estatística foi brilhante, com uma expressiva contribuição; de fato era um erudito em estatística. Tornou-se uma referência na profissão. Conquistou o respeito e a admiração de seus pares e na vida particular deixou uma bela descendência. Viveu, ao lado de sua admirável esposa, a Marta, que o apoiou sempre em todos os aspectos da vida do casal. Amigo do Jorge, não me foi possível despedir pessoalmente dele, apesar de tardio faço agora em uma singela carta, que agora torno pública. Espírita convicto o Jorge pregava suas ideias e crenças com paixão e muita inteligência.
Onde quer que esteja, fique bem, mantendo o espírito que o conduziu na vida, saudades.
Rio de Janeiro, 05 de abril de 2024
Ao meu caro querido amigo Jorge,
Jorginho, não tive muito contato pessoal com você nos últimos tempos, não se deveu a falta de amizade, ou interesse, foi devido simplesmente à distância geográfica que nos separava, grande na geografia mínima na lembrança e no coração, como dizem hoje em dia, estávamos sempre juntos em espírito.
Hoje não sei onde você está ou para onde foi, provavelmente ao lugar em que sempre acreditou, se for lá, não me surpreende, você mereceu, conquistou isto com louvor como todas as demais coisas que alcançou em vida.
Você foi o amigo querido que conheci há muito tempo atrás, quando ainda meninos em um curso vestibular; já se passaram muitíssimos anos, as brumas do tempo não conseguiram apagar estas ricas lembranças que nasceram, junto com uma amizade fraterna que evoluiu, pavimentando e colorindo as nossas existências.
Hoje, ao recordar esses tempos, me vem à mente os episódios que balizaram partes de nossas vidas, juntos vivemos muitas peripécias, e a distância física só serviu para consolidar essa amizade que foi muito além da presença, mas principalmente uma ligação de espíritos.
Jorge, meu amigo Jorginho, tenho certeza de que estás bem, vivendo aquilo que sempre acreditou e pregou, a imortalidade do espírito, da alma.
Hoje continuo aqui, no plano terreno, vivendo as agruras da vida terrena e na expectativa de eventos melhores, certo das suas benções.
Como palavra final usando um lugar comum, porém apropriado, quero me redimir de não ter podido me despedir de você, saiba que foi edificante e honroso ter conhecido você nesta vida e mais ainda, ter tido a sua amizade, o exemplo e a orientação,
Um abraço do irmão e amigo.
Maurício