Com o tema “Ciência de Dados, Estatística e a Pós-Graduação: oportunidades e desafios”, a RBras – Reunião Anual da Região Brasileira da Sociedade Internacional de Biometria aconteceu entre os dias 29 e 31 de maio, na ESALQ/USP, em Piracicaba/SP.
Entre os palestrantes estava Doris Fontes, conselheira do CONRE-3. Na ocasião, Doris participou de uma Sessão Temática organizada pela ABE (Associação Brasileira de Estatística) no dia 31/05.
Com o tema: “Ser estatístico(a) na era da ciência de dados”, a sessão foi organizada por Viviana Giampaoli, docente do IME-USP e presidente da ABE, e também contou com a presença de Eliani Mosquim, Especialista em Ciência de Dados do Ministério da Economia.
As profissionais discutiram as habilidades e competências essenciais que a formação de um estatístico deve oferecer. Além disso abordaram as exigências habituais impostas pelo mercado de trabalho e como ocorre a transição entre os conhecimentos acadêmicos e a aplicação prática no dia a dia do exercício da função do estatístico.
A Eliani fez um apanhado bem interessante sobre as diferentes áreas em que o estatístico pode atuar a partir da experiência profissional dela, em empresas diferentes e segmentos variados. Contou também como foi a caminhada dela de Estatístico a Especialista em Ciência de Dados, destacando a importância de se atualizar constantemente não só sobre técnicas estatísticas, mas também negócios e, sobretudo, programação.
Já a Doris problematizou a “idade” das leis que regem a nossa profissão, além de serem de 2008 as Diretrizes Curriculares do MEC que orientam a formação dos nossos estatísticos. Formamos pouco ainda e precisamos melhorar a nossa visibilidade da carreira entre os alunos de Ensino Médio. Houve relatos de cursos de Bacharelado em Estatística que sequer preenchem as vagas oferecidas nos processos de entrada no curso.
Bacharelado em Estatística ou Bacharelado em Estatística e Ciência de Dados?
Um dos principais tópicos desta Sessão Temática foi a alteração do nome do curso de Bacharelado em Estatística para Bacharelado em Estatística e Ciência de Dados, já adotado pela USP de São Carlos desde 2020 (o 1º departamento a obter a permissão do MEC) e pelo Departamento de Estatística da UFPR, em Curitiba (
curso que oficialmente será oferecido com o novo nome a partir do processo de entrada em 2024, com início das aulas em 2025). As considerações pró e contra a alteração do nome foram expostas e geraram visões que deverão ser analisadas durante uma futura Chamada Pública sobre o tema.
Alguns participantes narraram suas dificuldades para alterar o nome devido as DCN-2008/Resolução N.8 diz, em seu Art.4º, inciso III, Parágrafo 2º, que “… o curso será denominado curso de graduação em Estatística, fornecendo-se um único diploma, o de Estatístico, sem nenhuma menção adicional.” Esse parágrafo gerou, e ainda gera, dúvidas quanto à possibilidade de mudança do nome até que seja atualizado o conteúdo do nosso curso. Houve também quem questionasse a real função da mudança do nome e sua eficácia: seria Inteligência Artificial a nova tendência deixando “Ciência de Dados” para trás? Dentre outras preocupações que surgiram, mencionou-se a obrigatoriedade, ou não, de adaptação de todos os cursos existentes ao novo nome.
São questionamentos válidos e que deverão ser incluídos na Chamada Pública, por isso, é imprescindível que todos os interessados participem e enriqueçam o debate com seus diversos pontos de vista.
Em sua 68ª edição, a RBras tem por objetivo reunir pesquisadores de todas as áreas, que empregam a Estatística na tomada de decisões. O evento apresenta as modernas e sofisticadas técnicas de produção envolvidas nas ciências de dados que têm repercussão importante na economia do Brasil para atender os interesses científicos de professores, pesquisadores e alunos de graduação e pós-graduação das Universidades do país e de profissionais em geral que lidam com estatística.
MATERIAIS APRESENTADOS
Eliani Mosquim
Doris Fontes
