imagem_materiaO presidente do Conselho Federal da Estatística (CONFE), Luiz Carlos da Rocha, esteve presente à audiência pública realizada pela Comissão de Transparência do Senado, em Brasília, DF.

O objetivo foi discutir a reforma política e incluir importantes alterações em relação às pesquisas eleitorais, como limitação de prazos de divulgação e a possibilidade de partidos questionarem o registro na Justiça.

Também participaram da sessão Mauro Paulino (Datafolha), Márcia Cavallari Nunes (Ibope), Antônio Lorenzo Martinez (Serpes Pesquisa de Opinião e Mercado), e o professor de Ciências Políticas Ricardo Wahrendorf Caldas, da Universidade de Brasília – UNB.

Os representantes explicaram como são feitas as pesquisas e como devem ser interpretadas. Na primeira parte, os especialistas discutiram problemas metodológicos que levam as pesquisas a nem sempre refletir o resultado das urnas.

Marcia Cavallari, representante do Ibope, disse que o debate é importante porque existem muitas dúvidas sobre a realização das pesquisas. Ela acrescentou que o Brasil tem um amplo histórico de realização de pesquisas confiáveis. "Nossa lei dá bastante transparência. Institutos sérios trabalham de forma correta e séria", afirmou.

Já o presidente do CONFE destacou o papel das mídias sociais, que desempenham, atualmente, um papel muito importante na tomada de decisão dos eleitores.

Na segunda parte da audiência, os convidados debateram formas de melhorar a legislação atual e coibir a divulgação de pesquisas falsas.

Luiz Carlos da Rocha também criticou a falta de exigência de registro das empresas nos conselhos regionais do setor. Propôs a criação de um banco de dados no Tribunal Superior Eleitoral, não apenas com o registro das pesquisas, mas também com seus resultados.

Márcia Cavallari, do Ibope, apontou outro problema: a exigência de cinco dias entre o registro e a divulgação de uma pesquisa. Bancos e outros interessados, segundo ela, se antecipam e realizam pesquisas sigilosas para conhecer as intenções de voto antes dos demais, lucrando no mercado financeiro com a informação privilegiada.

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Presidente do CONFE participa de reunião para discutir regras em pesquisas eleitorais